segunda-feira, abril 18, 2011

Precisa-se

... de secretária(o). Para arrumar infinitos papéis, organizar tma imensa biblioteca (inclui limpar os livros todos cuidadosamente), responder a e-mails, tratar de tarefas burocráticas, fazer pesquisas bibliográficas e, de um modo geral, tudo aquilo que não me apetecer fazer. Também pode cozinhar no tempo que sobrar, e arrumar a roupa nos armários. 
Oferece-se: o meu eterno agradecimento, autorização para ler os muitos livros cá de casa, passear o cão, partilhar as refeições, eventualmente dormida à borla. Mais não posso, que o nosso governo já me veio mexer no meu bolso e, segundo consta, o FMI ainda vai sacar-me mais.

segunda-feira, abril 11, 2011

De facto...

... se eu for à rua e vir um porco a voar, ou um cão a andar de bicicleta, já não me vou espantar. Como, se o Fernando Nobre é o cabeça de lista dos deputados do PSD por Lisboa, com a promessa de ser o presidente da Assembleia da República?
Ai, Portugal, Portugal...

Afinal ainda há gente lúcida e corajosa no PS (réstea de esperança?)

domingo, abril 10, 2011

O que eu penso, dito melhor do que eu diria

Haverá mesmo 33% de malucos em Portugal?

Dir-me-á, caro leitor – e estou certo de que esta é a pergunta que assombra metade dos portugueses –, que ninguém tem a certeza de que Pedro Passos Coelho venha a ser melhor primeiro-ministro do que Sócrates. É verdade. Ninguém pode ter a certeza. Sem dúvida que eu preferia que o PSD tivesse outro líder. Sem dúvida que Passos e a sua ‘entourage’ estão longe de entusiasmar quem quer que seja. Sem dúvida que os erros cometidos nas últimas semanas não auguram nada de bom. Mas pense comigo, caro leitor. Imagine que vai construir uma casa nova e só tem dois empreiteiros disponíveis: um deles é construtor há muitos anos, e deixou desabar todas as casas onde pôs as mãos; o outro tem pinta de poder ser tão mau quanto ele, mas nunca construiu casa alguma. A qual deles entregaria você a obra?

Depois de mais uns pedaços do dito congresso

Comeram ou beberam algumas coisas antes de falar, de certeza. Nenhum parece estar normal. Dizem umas coisas estranhíssimas. O Vitorino conta anedotas sem piada. O Costa ainda parece mais um sapo do que de costume. O Jaime Gama fala das pessoas substituíveis e do PS insubstituível. E eu não entendo nada de nada, a não ser que eles não estão no seu estado normal de pessoas minimamente inteligentes.

(E eu também não estou muito bem, acordada em lugar de dormir, à espera que sejam horas de ir buscar a filha à festa no bar-discoteca a que foi, em estreia absoluta... Começou a era das saídas à noite, socorro!!!)

Promessa depois de ver pedaços daquela coisa que parece ser o congresso do PS

Se o PS voltar a ganhar eleições, vou procurar trabalho no estrangeiro. Agarramos nas trouxinhas, na filha e no cão e saímos de um país de loucos.
Quando a Ana Gomes é a única pessoa que faz críticas no congresso, quando ela parece ser a única voz sensata numa espécie de liturgia de beatificação do bem-aventurado e tão esforçado Sócrates, não há mais nada a fazer. Se eu fizesse parte do grupo de quem decide a ajuda a Portugal e visse isto, não dava um tostão ao país, a não ser para internar esta gente toda num manicómio (e deitar a chave fora). Tenho vergonha do meu país.

sábado, abril 09, 2011

Quando penso que não pode haver nada mais estranho...

... há sempre alguma coisa neste jardim à beira-mar plantado que me volta a deixar de boca aberta de espanto. Vi há pouco na tv o António Vitorino (ou o boneco do Contra-Informação por ele), rouco, a dar o seu apoio ao Zé e a louvar a sua clarividência!
Antes de entrarem no congresso os delegados foram obrigados a comer alguns cogumelos de propriedades esquisitas ou a fumar coisas estranhas?
Clarividência? Clarividência?????? Vão mas é todos pró %W#&/&!

sexta-feira, abril 08, 2011

Sozinha ao serão

Acho que se podia fazer um filme sobre eu, sozinha em casa. Detestando estar sozinha, detestando estar aqui, longe dos meus amores, daquele que é agora o meu lar. Detestando as razões que me obrigam a isso. Dá-me sempre para a asneira. Ou como chocolates que nem uma perdida, ou não como nada. Ou leio sem parar para não pensar e adormeço tardíssimo, mesmo tendo de me levantar cedo no dia seguinte. Ou trabalho que nem louca (ou faço de conta). Ou, simplesmente, me dá para a neura e vejo porcarias na tv, ou fico a ver todos os blogs, todos os sites - enfim, tudo menos ter vontade de lançar mãos às arrumações necessárias e a pôr em ordem este sítio onde já não me sinto em casa, sobretudo quando aqui estou só.
É estranho como a nossa relação com uma casa que é nossa há quase 20 anos pode mudar tanto. Do meu lar, doce lar, passou a ser uma espécie de armazém, de coisas e de memórias. Passou a ser ela o habitáculo de fantasmas vários, que não me apetece enfrentar a cada vez que cá venho. Aqui as saudades dos meus pais são bem mais vivas. Aqui o meu passado lembra mais. Aqui eu passei os mais difíceis tempos da minha vida - também os mais doces, mas essa parte não consegue sobrepor-se às outras.
E assim escrevo, como há muito não escrevo neste sítio. E apetecia-me escrever mais, muito mais - não que precise de novo de um saco de boxe para esmurrar, mas há coisas que esmurraria de bom grado. Só que não o consigo fazer. Em lugar disso, enrosco-me nos braços do meu amor, no meu porto de abrigo; desabafo com ele. Mas andam cá dentro coisas a querer disparar cá para fora; mais ainda quando não o tenho ao meu lado - e o telefone ou a internet são pobres substitutos da carícia, do calor humano, do sorriso, da mão que se aperta, do beijo. É tramado (quase tanto quanto maravilhoso) amar alguém. Precisa-se não só do outro, mas também do nós que formamos.
Tanta coisa já aqui escrita... e nada, ou quase nada do que me apetecia dizer. Fico-me pela vontade. Não é hora para falar no resto. Nem sequer na frustração de viver num país que amo e que odeio ao mesmo tempo, em ambos os casos por ser como é, mas não pelas mesmas razões, obviamente.